Existe um buraco no céu da minha boca Uma caverna escura Onde habitam todas as palavras Abortadas Que não pude dizer Natimortas Que por falta de coragem ou loucura Perderam a força antes de nascer Todos os dias eu sinto o buraco abrir Tocando o céu com a língua E de dentro dele os fantasmas das palavras Loucas para sair, Forçam um caminho para os lábios Mas derrotadas, retornam ao seu refúgio Cabisbaixas