Quintal
Se eu te contar que a minha maior angústia do dia-a-dia
É a barreira do bom senso
O muro do medo
Que esconde as flores do afeto
Em meio a heras desbotadas
Todas crescendo iguais
Para lugares seguros
Na mesma direção
Você vem andar no meu quintal?
E se eu contar
Que eu sou insegura em evoluir conversas
Pois já ouvi muitas vezes
Que eu intimido
Com minha aborgadem direta e crua
Espontânea e sem filtros
Da vontade pura e do momento
Você vem andar no meu quintal?
Deixa eu te contar
Das minhas ansiedades
Dos meus abismos
Do meu amor pelas coisas abstratas
Dos meus encontros e desencontros com Deus
Deixa eu te mostrar a minha roseira
As ervas que eu planto
As tinturas que faço com as ervas
Os perfumes que eu faço das tinturas
Que tudo serve pra alguma coisa
E tem seu lugar no mundo.
Vem ver o contorno sumir
Ao simples encontro de um inseto bonito
E meus olhos brilhando, mesmo sem sol.
Deixa eu te mostrar o meu quintal
E se você me convidar para andar pelo seu
Eu vou tirar os meus sapatos
E vou descalça
Para sentir o chão e a grama
Mesmo que seja só por uma tarde.